Eu não sei se, por cá, se pode dizer que os alunos das escolas católicas são melhores. Com base nos rankings do secundário em que, por vezes, fazemos aqueles títulos - escolas católicas no topo do ranking -, parece que sim... Mas não ponho as minhas mãos no fogo porque são escolas que trabalham com os alunos que querem e como querem. E quando não querem, acenam-lhes com o ideário e mandam-nos (aos alunos e aos pais) pregar para outra freguesia!
A verdade é que há coisas nas escolas católicas que as públicas podiam aprender e aplicar. Por exemplo, o simples facto de os alunos se levantarem quando entra um adulto pode fazer toda a diferença no modo como a criança ou jovem olha para o adulto. Olha-o com mais respeito.
No outro dia, estive numa escola católica, entrei numa sala de aula e os alunos levantaram-se todos e eu fiz aquele ar de "Então? Não é preciso estarem a incomodar-se, vá lá, sou só uma jornalista, não sou a directora, nem o PR...", mas depois pensei o que escrevi no parágrafo anterior, endireitei as costas e pus um ar mais sério, mais circunspecto, de "respeitinho é muito bonito".
Quando me preparava para sair, a aluna sentada na carteira mais perto da porta, levantou-se, abriu-a e o meu ar de pessoa adulta desmanchou-se no sorriso mais amoroso que consegui e na bonita expressão: "Muito obrigada, minha querida", porque fiquei de facto agradecida com o gesto!
BW
É isso que faz toda a diferença.
ResponderEliminarSe nas pequenas coisas se faz a diferença, nas grandes - p.exº, o acompanhamento a cada aluno também é diferente. Nem todas as católicas o farão. Claro, mas provavelmente quase todas elas o fazem. Dou um exemplo, quando a minha filha por motivos de doença se viu afastada das aulas, os professores para além de enviarem resumos/textos das matérias leccionadas por mail e telefone, acrescentavam sempre uma palavra de encorajamento e de melhoras. Quantos directores de turma de escolas públicas dão o seu número de telemóvel ao pais/encarregados de educação? São os pequenos gestos que marcam as grandes diferenças. São melhores alunos a matemática ou a língua portuguesa ? Não sei, provavelmente não. Mas serão, seguramente melhores Pessoas.
ResponderEliminarO meu filho frequenta uma escola pública e quando esteve doente o professor foi lá a casa levar-lhe as fichas para acompanhar a turma, Quem marca a diferença é cada um de nós e cada educador é cada professor, independentemente do onde esteja enquadrado.
ResponderEliminarUm bom professor/escola é-o independentemente da sua religião (ou da ausência de uma), espera-se. Tenho 22 anos e fiz os primeiros 2 ciclos numa escola de freiras, da qual não guardo as melhores recordações. Aí fui uma criança reprimida e várias vezes castigada por pensar e dizer diferente da maioria. A diferença, a autonomia, a criatividade, não constituíram aí nenhum estímulo à aprendizagem. A minha caligrafia podia ser perfeita mas não me senti aos 7, 8 anos... valorizada enquanto criança nem tão pouco o meu "conhecimento infantil" do mundo foi respeitado. Pelo contrário, eramos inferiorizadas em relação aos adultos e tidas por eles como receptáculos obedientes do seu conhecimento. O que nós diziamos não era considerado importante mas antes como uma "ameaça". Fazíamos e trabalhavamos por medo não por motivação. Uma escola assim, pode ter um coro perfeito e crianças aprumadas, tal qual mini-adultos, mas não é seguramente uma escola feliz (do ponto de vista das crianças e de muitos adultos, felizmente).
ResponderEliminarViva a concorrência. Deixem as escolas concorrer entre si e logo verão TODAS a melhorar. É essa a experiência em todos os países onde foi introduzida a liberdade de escolha da escola entre as que prestam o Serviço Público de Educação, quer sejam privadas ou estatais. Mas estas escolas não podem escolher os alunos!
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