quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Magalhães a um canto

No dia em que o Governo anuncia mais Magalhães, o Correio da Manhã traz uma notícia sobre o tema para dizer que o computador não é usado na escola, nem em casa, que para os miúdos é como se fosse mais uma consola de jogos. Sim, mas eu também já fui ao interior do país, em reportagem, e vi o computador a ser bem usado na escola e em casa! Há muitas realidades!
A verdade é que se os professores quiserem podem dar algum uso à máquina, em vez de se queixarem de falta de formação e assim. Ninguém lhes dá formação para aprender a usar o comando da nova televisão ou o relógio do forno lá de casa, ou seja, não é preciso formação para tudo. É preciso ter vontade própria e querer aprender, coisas que para os professores deveriam ser inatas!
E os pais idem! Os pais são pais e se quiserem que a criança em vez de jogar faça uma pesquisa ou um trabalho é uma questão de o sugerir e até de se sentarem ao seu lado a ajudar a fazê-lo. Mas para isso é que há menos tempo... Por isso, o melhor é criticar as horas que ela passa a jogar ou pôr o Magalhães (que foi dado ou pago um preço reduzido, logo, tem pouco valor) a um canto.
BW

5 comentários:

  1. Concordo plenamente. É preciso tem vontade e não precisa de ser um esforço descomunal.

    Por exemplo, estava agora a pensar numa actividade com a minha sobrinha (9 anos) que consiste na recolha de folhas no Jardim Botânico do Porto.

    E se o Magalhães dela não estivesse avariado (os problemas com discos foram muitos) ela poderia investigar as características das árvores. De forma autónoma, quando desejasse.

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  2. BW, estou contigo!!!! As generalizações são um perigo e deitam por terra projectos que bem aplicados podem ser muito interessantes.
    Beijos desde os Açores

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  3. Também me cansa esta atitude de permanente "bota abaixo" sem critério e sem objectividade...Obrigada pela tua voz lúcida :)

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  4. Acontece que o tempo não é elástico, por isso quem quer impor a utilização do "magalhões" nas aulas tem de saber responder a isto: metemos actividades com o computador, retiramos o quê?
    A verdade é que o ensino de crianças de 6 ou 7 anos não precisa de gadgets electrónicos nem de mega-centros escolares que a propaganda ministerial não se cansa de apregoar. Os miúdos precisam é de pegar em lápis, papéis e canetas, usar as mãos, aprender a ouvir, a exprimir-se e a relacionar-se com os outros, desenvolver a linguagem, a imaginação e o raciocínio mental. Para isto não precisam dos computadores PARA NADA.
    Outra coisa é usar os computadores para jogos educativos, nos tempos livres. Nada contra, se for com conta, peso e medida. Porque o que faz mesmo falta aos miúdos é mexerem-se, de preferência ao ar livre, e socializarem com os adultos e uns com os outros.
    A introdução precoce dos computadores no ensino não tem qualquer sustentação pedagógica, embora se possa sempre fazer umas coisas giras para jornalista ver. Mas o que se perde com isso é sempre mais do que se ganha.

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  5. De acordo! Eles precisam de desenvolver a motricidade fina, pegar num lápis e desenhar, pintar, escrever, repetir as voltinhas e todas aquelas coisas que eles devem fazer. De acordo! Eles têm que ir para a rua, correr, jogar uns com os outros, em vez de estarem sentados a um canto do recreio com a nintendo ou o magalhães na mão e os outros todos de volta, de cabeças pegadas, a apanhar piolhos uns dos outros, a verem o detentor da máquina a jogar. Nada disto invalida que o Magalhães seja bem usado por pais e professores porque se não houvesse evolução dentro da sala de aula ainda hoje eles escreveriam naquele quadro em tamanho A5 preto, com uma espécie de pau fininho que se partia quando faziamos mais força, que não me lembro do nome desses materiais que ainda usei porque tive uma professora do antigamente. O quadrinho era super-económico porque faziamos as contas, apagavamos e repetiamos, em vez de usarmos cadernos.BW

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