domingo, 5 de julho de 2009

João e Maria

Nunca gostei do meu nome. Bárbara. Ouvia com frequência anedotas e trocadilhos e nunca fiquei completamente convencida da escolha: era o nome de uma das minhas bisavós; significa "estrangeira" e eu nasci no estrangeiro, filha de estrangeiros; além disso, o nome escrevia-se da mesma maneira no país onde nasci, à excepção do acento. Na verdade, sou Barbara! Portanto, cheio de significado!
Nunca gostei. Nenhuma das minhas amigas tinha um nome tão estranho. Eram a Sandra, a Susana, a Paula, a Patrícia, a Ana, a Luísa, a Fátima, a Isabel, a Cristina... Eram às duas e às três em cada turma e eu era a única Bárbara da escola... Quem é que gosta de ser único em plena adolescência!?!
Não há dúvida que a escolha dos nomes é de modas. No tempo da monarquia homenageavam-se as rainhas D. Amélia, D. Teresa ou D. Leonor. Depois, na geração da minha mãe, as referências são as religiosas, com as Marias de Fátima ou de Lurdes, mas também havia as Marias do Carmo ou da Luz. De seguida, as personagens das novelas brasileiras baptizaram as Gabrielas, da década de 1970 e as Luanas, de 1980. Lembro-me de uma menina Catarina Eufémia, em homenagem à heroína comunista.
Hoje, os pais voltaram ao tradicionalismo dos nomes antigos, dos nomes dos santos, dos reis e dos antepassados. Eis os mais escolhidos, aqui!
BW
PS: Só em adulta passei a gostar! É um nome forte e cheio de significado, mas não gosto de ver meninas com o meu nome, confesso.

2 comentários:

  1. Mas tu tens a minha idade e eu tive várias Bárbaras na minha turma. Agora imagina eu Maria da Conceição, que tem de alcunha Bé e agora muitas vezes até lhe juntam o engenheira. Se nunca me importei muito com nenhum dos meus nomes, agora o que me irrita solenemente é quando me decidem chamar: Engenheira Bé!! Argh até arrepia...

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  2. Pois eu nunca conheci nenhuma Bárbara senão quando cheguei ao jornal, onde há mais duas! Agora, tratamo-nos pelos apelidos, para sabermos de quem falamos! BW

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