terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Quando se cresce demasiado depressa...

Quando o viu, passado um ano, o pediatra nem queria acreditar. "Como cresceste!". Às vezes, eles crescem demasiado depressa, dão o pulo, um dia têm um metro e meio, no seguinte, um metro e oitenta.
Na sala de aula senta-se todo torto, as cadeiras são pequenas, incómodas para estar direito durante 90 minutos. Qualquer movimento que faça é atrapalhado, os braços compridos vêem-se ao longe, e dá mais nas vistas do que o colega do lado, o que ainda não deu o pulo, pequenino e que passa despercebido.
Se vira a cabeça para o lado, o olhar do professor fixa-se nele. Se procura uma posição mais correcta para se sentar, o docente volta a olhá-lo, desconfiado. Se tem uma dúvida, lá está ele. A sala parece-lhe pequena, os colegas pequenos, as professoras pequenas e ele grande, grande e cheio de força, de energia para dispender. Porque, na verdade, ele é igualzinho aos outros: pequeno. E o que desejava mesmo era passar despercebido, mas não consegue... é grande.
BW

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