Há dois anúncios a dois produtos bancários, que ouço na rádio, que me deixam irritada.
1. Uma mãe anuncia ao filho que abriu uma conta para ele e que se trata de um produto fantástico. O som é o de uma criança a jogar no computador, no tablet ou na psp e as respostas do filho indicam que está a jogar e está alheado ao blá, blá, blá da mãe.
O rapaz vai respondendo: "boa", "fixe", "tenho de fazer um like". Qualquer coisa como: "Sim, mãe, estou a borrifar-me para o que estás a dizer porque estou concentrado no jogo, não vês? Estás para aí a dizer que vais por dinheiro no banco mas eu não quero saber disso para nada, não é essa a tua obrigação? Vá, eu vou lá fazer um like..."
2. Um pai conversa com um filho adulto e pergunta-lhe, com uma voz simpática e que revela preocupação, se o filho tem poupado. O filho vai respondendo com arrogância. "Poupança?! Não..." e explica o produto bancário por que optou. O bondoso e ingénuo do pai ainda diz, quase a medo "Mas isso é poupar...". Ao que o arrogante responde qualquer coisa que na minha cabeça me soa a "ó pai, tu és mesmo estúpido!" e o pai ainda se ri, naquele riso de desconforto de quem não sabe se há-de dar um estalo, se ignorar a má educação.
O que se passa com os publicitários? É a esta a realidade nas suas casas? Ou nas casas dos banqueiros? Ou estão convencidos que é assim nas casas das classes médias e média-alta, as únicas que ainda serão capazes de fazer poupanças?
BW
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