domingo, 7 de agosto de 2011

Notícias de verão?

O verão tem destas coisas... Temas que não são notícia são "repescados" das gavetas. O Público retoma uma questão relacionada com o novo programa de Português que entra em vigor para o 1º, 5º e 7º anos em setembro próximo. Sob o título" Novo programa de Português tem na base documento que Nuno Crato considera inútil", e a propósito  do programa elaborado por uma equipa coordenada por Carlos Reis, ouviu Paulo Guinote, professor de História e LP no 2º ciclo;  entrevistou João Costa, um dos autores da nova terminologia;  conversou com uma colega do secundário. As novidades não são muitas. Retoma-se a ideia de que:
1. vamos ter, finalmente, um novo programa;
1.1. o mesmo está de acordo com o Dicionário Terminológico (que descende da Tlebs, que surge simplificada nesta versão);
1.2. neste, a gramática passa da designação de Funcionamento da Língua para Conhecimento Explícito da Língua (CEL).


Novidade: Nuno Crato não gosta do programa. Também no anterior governo houve quem não gostasse e o tentasse pôr na gaveta. Por isso ainda não entrou em vigor.

Mas o que é verdadeiramente importante é que o ensino da língua materna precisava da mudança (desta ou outra). Os novos programas (ainda que possam não ser perfeitos) são um importante passo nesse sentido, na atualização da nomeclatura, dos textos, das tipologias textuais que devem estar nas aulas de Português do século XXI .

Por outro lado, a Tlebs continua a ser continua a ser culpabilizada pelos desaires do ensino ou pelos maus resultados dos exames (tal foi o trauma pelo qual todos passámos nos avanços e recuos da sua implementação), mas todos sabemos que o problema do nosso ensino é muito mais profundo do que apenas a utilização de uma terminologia que estava caduca.

Ana Soares

4 comentários:

  1. Os sindicatos querem luta política não estão interessados no ensino:http://pegada.blogs.sapo.pt/559243.html

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  2. Neste texto, podemos ainda conhecer a opinião de João Peres sobre o DT:

    http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/gramatica-tem-novos-termos_1506489

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  3. O post assume como evidentes afirmações que não o são.

    Porque é que o ensino da LP precisava de mudança, qualquer que ela fosse? Mudar para pior é melhor do que deixar estar o que está? Quem é que ganha verdadeiramente com as constantes mudanças que se tentam introduzir nos programas? O Português "do séc. XXI" é diferente do do séc. XX? Passar do ano 2000 para 2001 é substancialmente diferente de passar de 1980 para 1981? Lá porque existem novos tipos de textos, isso significa que todos têm de ser analisados nas aulas, mesmo quando não acrescentam nada ao conhecimento da língua? Quando são empobrecedores e redutores? As mensagens de sms, por exemplo? E o que é que se tira dos programas, para lá colocar coisas sem interesse? E claro que nada disto é uma tentativa de motivar os alunos pela via do facilitismo, certo?...

    Tem a colega tantas certezas e eu com tantas dúvidas...

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  4. Se algo não está bem tem de mudar. O ensino da língua, a deriva terminológica, os fracos resultados dos alunos, etc davam sinal desta necessidade de mudança.

    O "Português do séc. XXI" é diferente porque os alunos são diferentes. Não se pode ensinar a esta "geração digital" como se ensinava antes dos computadores, telemóveis, consolas, etc.

    Por outro lado, a democratização do ensino trouxe outras obrigações à escola e ao ensino da língua materna: preparar os alunos (todos, sem excepção) para uma vida em sociedade e para o pleno exercício da cidadania. A língua materna é, para tal, uma ferramenta essencial e tem de se ajustar.
    Claro que a literatura é incontornável! E que a exigência com qualidade dos textos que, por vezes, entram dentro das salas não tem sido a desejável.

    Por último, eu também tenho muitas dúvidas ;)
    AS

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