Ari está com os olhos cheios de montanhas e flores da Primavera e não ouve nada, pois os olhos repletos de coisas dão cabo do que se ouve...
- Trouxe bolinhos ...
Ari levanta-se e sorri, pega em três ou quatro de uma vez e empurra-os para dentro da boca.
- Não sabem a canela.
- Estes não sabem.
- Não há bolos de canela que não sabem a canela.
- Claro que há. Tal como há pessoas velhas que morrem novas e há horas que passam em segundos e há sonhos que acontecem quando estamos acordados, há bolos de canela que não sabem a canela."
Afonso Cruz, Jesus Cristo Bebia Cerveja, p. 153
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