sábado, 21 de abril de 2012

A falsa liberdade de escolha

A fraude das moradas falsas vai continuar. Afinal a liberdade de escolha tem à frente todos os requisitos que já existiam anteriormente, o que significa que as escolas públicas mais populares vão continuar a cumprir a lei (aliás como todas as outras!) e a dar prioridade a quem mora na zona, a quem trabalha na zona, aos irmãos dos actuais e alunos. Portanto, fica tudo na mesma, como se pode ler aqui.
BW

4 comentários:

  1. mas será que algum dia, mesmo com muita boa intenção, será possível escolher a escola?!
    numa hipótese: eu quero inscrever um filho na mesma escola que a Bárbara quer. os filhos têm a mesma idade, moramos na mesma rua. a escola atingiu o limite de vagas. qual de nós fica de fora? a que estava atrás na fila do balcão?...
    se não houver pelo menos alguns dos critérios actuais (proximidade, idades e irmãos), como se faz? se for pró que chegar primeiro, é um critério, pronto. parece ser um muito frágil...e que ainda vai acabar mal...

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  2. O perigo da verdadeira liberdade de escolha não é um dos nossos filhos ficar de fora por ficar; é da escola poder escolher os seus alunos. Ou seja, aquilo que na realidade muitas já fazem mesmo com os pais cumprindo os requisitos. Um caso concreto que conheço: em setembro passado, na véspera de as aulas começarem uma mãe com dois filhos no privado decidiu tirá-los e ir inscrevê-los na escola vizinha do colégio, foi à escola pública, falou com o director e este disse-lhe que não haveria qualquer problema, que preferia ter os meninos do colégio do que os do bairro social vizinho...
    Portanto, este é o verdadeiro risco de ter uma lei que permita a liberdade de escolha: é os directores escolherem, de facto, a sua comunidade escolar e fazerem opções que podem empurrar para outras escolas as crianças mais problemáticas. BW

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  3. Exactamente, Bárbara. A liberdade de escolha minha acaba onde começa a dos outros - e vice versa. O critério actual - e que se manterá para a nova modalidade para desempatar - parece o mais justo, porque o mais "cego". O problema é haver depois directores que escolhem, mesmo dentro desses critérios, os miúdos. Felizmente há muitos que não o fazem. O meu filho anda numa pública no centro de Lisboa, no 6º ano, e seria tãoooooo fácil e apetecível (para muitos pais, professores e miúdos) não ter ali, digamos, metade da actual população escolar... Felizmente a população escolar mantém-se heterogénea e a escola não está propriamente - ou somente - preocupada com rankings - e o meu filho, oriundo da classe média empobrecida ;)- só tem ganho, em todos os aspectos humanos, com isso.

    marta l., lisboa

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  4. Em tom provocatório, digo que "era só o que faltava" que os alunos que moram a poucos metros da escola (como é o nosso caso) ficassem "de fora". Isso, sim, não faria qualquer sentido! Portanto, ainda bem que o bom senso prevaleceu e critérios como proximidade e irmãos continuam a ter prioridade.

    Maria Helena Soares

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