Ao princípio eram os estudantes: "não pagamos, não pagamos..." mas as propinas instalaram-se, as televisões mostraram que os meninos iam de porshe, bmw e afins para as faculdades, logo, os paizinhos podiam pagar propinas.
E, décadas depois, os estudantes pagam mas vão alertando que há muitas famílias que não conseguem, que não podem, que pagam deslocações, rendas em residências ou casas particulares, alimentação... Ter um filho a estudar fica caro e muitos desistem por ser incomportável, dizem as associações académicas, que não se dedicam apenas às praxes. Mas continuamos com as imagens dos porshes nas nossas cabeças.
Décadas depois, os serviços de acção social das universidades e politécnicos alertam exactamente para a mesma situação. As regras de acção social mudaram e fecharam as portas a muitos que beneficiavam da mesma, revelam. E os porshes percorrem-nos a memória, apesar, de a comunicação social mostrar outra realidade, a dos estudantes a trabalharem para estudarem, a pedirem para abrir a cantina ao fim-de-semana, que é mais barato comer na cantina do que em casa.
Agora é a Igreja Católica que junta a sua voz aos estudantes e aos serviços. O ensino superior corre o risco de se tornar acessível só às elites, alerta.
E o Governo, o que tem a dizer sobre isto? Continua a ver porshes nos parques de estacionamento das faculdades?
BW
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