terça-feira, 31 de maio de 2011

Ainda os testes intermédios

Não concordo! Não concordo com testes intermédios para meninos do 2.º ano. Não concordo com exames nacionais para alunos dos 4.º e 6.º anos. Nem acho muita graça aos do 9.º, mas vá, compreendo que nesta etapa sejam necessários...
Provas de aferição sim. Provas que sirvam para o Ministério da Educação perceber o que se passa nas escolas e só isso.
Testes intermédios e exames nacionais servem para uma única coisa: professores stressados, a dar matéria, a fazer testes iguais aos das provas de exame, a treinar alunos para responder correctamente aos exames e nada mais. Uma pobreza, uma castração da liberdade de ensinar e de aprender!
Treinar meninos para exames, em vez de os ensinar a pensar "fora da caixa" (uma expressão tão em voga!). Assim, temos milhares de alunos que, desde o 2.º ano, são treinados (como os cãezinhos) a responder a testes intermédios e a exames. Au! Au! Sejam bem-vindos à sociedade hierarquizada e uniformizada, cheia de regras e preceitos para cumprir!
BW
PS: Não sou ingénua e sei que os professores também treinam os meninos para as provas de aferição. Mas, defendo que estas deviam mesmo servir para a tutela perceber o que se passa nas escolas.

7 comentários:

  1. Concordo. A minha sobrinha tem 10 anos e andava tão ansiosa com os benditos testes de aferição que no dia, estava acordada e vestida às 07h00, quando a mãe calhou de se levantar para ir à casa de banho.

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  2. Bárbara, mas concordas que eles deviam existir no secundário?

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  3. Relativamente à Língua Portuguesa - e atendendo às oscilações terminológicas e às "leituras" que foram sendo feitas dos avanços e recuos das mesmas, assim como às novidades introduzidas pelo DT (Dicionário Terminológico) - creio que os testes intermédios são um instrumento útil.

    Lastimo constatar que existem muitas discrepâncias no ensino da lingua portuguesa e que urge fazê-las diminuir.

    Os testes intermédios não são obrigatórios, pelo que as escolas podem não os realizar, e os mesmos podem ou não contar avaliação dos alunos. A opção é sempre da escola.

    Claro está que também não concordo que a escola se renda ao "treino" para as mesmas, facto que as desvirtua, tal como são desvirtuadas as provas de aferição com as respectivas "fichas" de preparação.

    Na prática, como professora, acho mais úteis os testes intermédios do que as provas de aferição. Os testes estão muito mais próximos da realidade, do quotidiano, do que são as práticas comuns, pelo que ajudam mais os docentes a perceber os pontos fortes e fracos; as áreas que carecem de melhoria ou aperfeiçoamento.

    Ana

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  4. Os exames são mesmo necessários para a conclusão do secundário? Não se pode terminar o secundário sem fazer exames? Não, que a lei não permite.
    Mas para que servem os exames? Só para conclusão do secundário? Não, também para o acesso ao ensino superior. Então aí, devia ser o superior a fazê-los e não o secundário. E no acesso ao superior devia ser contabilizado apenas o que se aprende nas inúmeras disciplinas do secundário? Porque não fazer uma entrevista? Porque é que as universidades não podem escolher os seus alunos, mediante critérios próprios, como fazem as americanas e têm que levar com os "melhores", ou seja, os que respondem melhor aos testes intermédios, às provas de aferição e aos exames? Quantos professores do superior não tenho eu ouvido com estas queixas. Quantos senhores professores catedráticos não me dizem que há meninos sem quaisquer capacidades sociais a fazer cursos como medicina, onde vão trabalhar com pessoas frágeis, doentes... e têm que levar com meninos arrogantes, que foram os melhores alunos nas suas escolinhas secundárias e que não percebem nada de relações humanas, nem de dignidade do ser humano. BW

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  5. Ora aí está um bom tema de investigação, Bárbara! E digo-o sem ironia, pois eu gostava realmente de perceber porque é que, ao fim destes anos todos, de tanta reforma e contra-reforma do ensino, as escolas superiores continuam a delegar nos professores do ensino secundário e nos exames nacionais a selecção dos seus futuros alunos.

    Porquê esta passividade das instituições do ensino superior, se até se apercebem que desta forma se estão a seleccionar as pessoas erradas para determinados cursos? Será assim tão grande a falta de confiança dos profs. universitários nas suas próprias capacidades para avaliar? Terão receio do excesso de trabalho? Ou é apenas o deixar andar, à portuguesa, enquanto se culpa "o sistema"?

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  6. Concordo totalmente com o António Duarte. Os professores universitários deveriam ter a capacidade (e vontade) de seleccionar os alunos que querem ter nos cursos superiores e deveriam ser eles a fazer os exames de acesso. Os restantes exames do secundário (10º e 11º) deveriam ser feitos pelos professores do liceu com vista ao pretendido pelas faculdades, em conjugação com aquilo que vai sendo ensinado ao longo dos anos de secundário. Os exames ficavam mais "abertos" ao que realmente interessa quando se segue um curso universitário- capacidade para reflectir e criticar, expôr e raciocinar a la longue...

    Quanto aos exames em anos anteriores... ainda estou para perceber a sua utilidade, para além de atestar se a escola A ou a escola B treinam bem os seus petizes e enfiam a matéria pela garganta abaixo. Não admira que as escolas privadas se saiam em geral melhor... não há "distracções" - indisciplina, privação material, fome - que impeçam o cumprimento do (anormalmente extenso) programa, para além de haver sempre horas extra (pagas na escola ou a explicadores fora dela) para engolir os restos que ficaram ainda no prato...

    Sem desprimor para as escolas privadas. O que está mal é o ministério ter programas infindáveis, exigir horas lectivas a mais, pretender preparar para "competências" e para a funcionalidade... Assim, uns conseguem cumprir (e nalguns casos ter tempo ainda para ir mais além); outros nem essas "competências" e funcionalidades conseguem...

    Estou sempre a dizer isto em conversas e nos comentários que deixo em blogues: o mal está nos currículos - longos, áridos e ao mesmo tempo demasiado tecnicistas - que não deixam tempo para ir em profundidade a poucas coisas nem deixam espaço para pensar de forma crítica na relação que há entre as coisas do mundo...

    Provavelmente até no básico seria possível fazer os tais exames "abertos"... mas os programas, as exigências e os objectivos das aulas teriam também de ser revolucionados. Tal como são actualmente, como diz a Bárbara, atestam apenas as horas de treino dos macaquinhos.

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  7. Bom Dia!
    Gostaria de saber se alguém me pode fornecer a seguinte informação: podem as escolas anular a sua inscrição num teste intermédio, no caso de ter ocorrido um lapso? E se sim, até quando?
    Obrigada e parabéns pelo blog. Haja alguém a pensar, de forma fundamentada, sobre a educação.

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