quarta-feira, 20 de maio de 2015

A escola é uma merda

"Não há nenhum respeito por nós, nem pelo professor. A escola é uma merda", diz-me ela a chorar. Não sou capaz de a repreender pela asneira dita, mas faço uma nota mental "quando isto passar, digo-lhe que não pode dizer asneiras".
A duas semanas de as aulas acabarem, faltam apenas cinco tempos lectivos naquela disciplina, o professor que esteve de baixa um ano inteiro decide regressar. Tem de regressar, para continuar a ser docente naquela escola, tem de voltar porque a baixa terminou ou porque sim, não quero saber.
É este professor que não esteve com as turmas que vai agora avaliá-las, depois de todo o trabalho que o outro docente levou a cabo? Parece que sim.
E a escola acha normal. É assim... O sistema é assim... As regras são assim e não há como não cumpri-las. A direcção encolhe os ombros e siga para bingo, que se lixem os miúdos, que se lixe o professor que sempre soube que era substituto, bem-vindo colega que já sabemos que para o ano vai voltar a ficar de baixa, mas não se preocupe que depois virá um substituto, não sabemos é se será tão bom como este, mas o importante é que é um colega, mais um colega. Ah, os colegas...
"Não há nenhum respeito por nós, nem pelo professor. A escola é uma merda".
Não há respeito pelos alunos que, pela tiveram um professor com "P" grande. O único a quem eles não faltam ao respeito – "um dia tenho de ir ver as aulas do colega", diz a directora de turma quando confrontada com esse facto. Talvez tenha alguma coisa a aprender com o colega, continua, pouco convencida... Como se já tivesse aprendido tudo, como se nada mais houvesse para aprender, sem qualquer humildade que isso é para os das ciências sociais, os das exactas têm certezas absolutas, por exemplo, têm a certeza absoluta que as suas cadeiras são as mais importantes!
O único que os põe a pensar – ah, mas a disciplina também se presta a isso, é Filosofia... Bom, mas os meninos já tiveram antes Filosofia e só empinaram.
O único que os contacta via email, com trabalhos, com partilhas, com incentivos, com sugestões.
O único que os cativa, que lhes propõe tarefas diferentes, que lhes ralha com razão, que não os diminui, não os ridiculariza, não os atormenta – como a professora que lhes disse: "Façam o que façam nos exames, vão ter péssimas notas porque os professores estão muito desmotivados com este ministério."
O único que é Professor.
O professor explica a situação. Despede-se. Os alunos choram e abraçam-no. Querem lutar por ele, conta-me ela, entre soluços. Vão fazer um abaixo-assinado, uma petição. Vão juntar as turmas todas. Querem ir ao ministério. Sorrio, complacente, quase cínica. Como é bela e inocente a adolescência! "Sim, vale a pena lutar!", incentivo-a. Ela está a aplicar o que lhe ensinamos. Os colegas estão a aplicar o que aprenderam com o professor. A pensarem, a serem cidadãos, a lutar pelos seus direitos, e têm os pais do seu lado. Espero que a escola não encolha os ombros.
BW

22 comentários:

  1. ¡Es tan triste!...y que no seamos capaces de que la escuela deje de ser esta mierda...que no seamos capaces de que los buenos maestros/profesores sean valorados, ...es tan triste visto con los ojos de quien ya no tiene contacto con la escuela...muy triste comprobar, una vez más, lo parecidos que somos portugueses y españoles en los defectos...los inspectores, los ministerios, los colegas son especialistas en mirar para otro lado.
    Disculpen la rabia y la palabra malsonante, pero,... "Sim, a escola é uma merda!!!.
    Bárbara, muito obrigada!.

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  2. Ao ler o texto lembrei-me de à muitos anos atrás, tb ter feito um "abaixo assinado" em defesa da colocação de um professor... em vão pois claro, em vão... mas sim faz parte de ser estudante e ter o privilégio de sentir que é mais fácil aprender com quem gosta de ensinar do que com os outros!

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    1. "à muitos anos" deve escrever-se há muitos anos

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  3. Não entendo porque é que esta mãe ainda tem os filhos nesta Escola.
    É muito triste ver senhoras, que teoricamente sabem tanto de pedagogia, serem manipuladas por professores que violam as regras de sigilo dos conselhos de turma e se vangloriam gratuitamente...

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    1. Professora, a mãe tem os filhos nessa escola porque é aquela que escolheu, é aquela em que tem confiança, é aquela que não a desiludiu até agora. Quanto às regras de sigilo não sei do que fala. Este texto foi escrito com base na reacção emocional da minha filha depois de saber da saída do seu professor em circunstâncias consideradas injustas por alunos e pais. A minha filha nunca esteve em conselho de turma portanto não quebrou qualquer regra de sigilo. Se está a falar do seu colega, não o conheço, nunca falei com o professor. BW

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  4. "A Escola Ideal: Como escolher a escola do seu filho dos 0 aos 18 anos", foi mesmo a senhora que escreveu este livro?!!!!! Pelos vistos não foi uma boa escolha!

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    1. Foi uma boa escolha. Escolhemos porque é uma boa escola, com um bom corpo docente, com auxiliares preocupadas com os alunos, com um bom ambiente e óptimas instalações. Mas isso significa que é perfeita? Nada é perfeito. Por isso, todos, sem excepção, devem trabalhar para que seja ainda melhor! A escola deve ouvir os pais e os alunos porque a escola não são só os professores. Se não houver alunos quem vão os professores ensinar? Qual o objectivo das suas vidas profissionais?

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  5. Há demasiada generalização, demasiada certeza, demaziada arrogância neste texto... suspeito! JF

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    1. Caro professor JF, respeito muito a liberdade de opinião, não publiquei os comentários mais cedo porque não tive oportunidade. Não publiquei o seu último comentário porque identifica a escola. O meu objectivo não é identificar a escola até porque esta está a obedecer a lei emanadas do Ministério da Educação. Este é um texto que identifica um problema do sistema: um professor esteve de baixa o ano inteiro e regressa para avaliar o quê? Conhece os alunos? Conhece o trabalho que foi feito? Em que condições vai avaliar?

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  6. Que tristeza! E é a senhora mãe? E tem a sua filha nesta escola? E conhece a ESCOLA? E conhece os Professores que a sua filha tem e teve? E continua a tê-la cá? Então é uma má EE! Tanta gente horrível a deformar a sua "criancinha"! Tenha vergonha e não nos insulte! Se alguma razão teve, perdeu-a! Porque nos insultou a todos os que diariamente dão o seu esforço para que a sua filha tenha espírito crítico e saiba lutar! Tenha vergonha de não lhe ensinar a respeitar todos os Professores que fizeram dela a pessoa que é! Tenha vergonha de não lhe explicar que a Escola e os outros Professores não têm culpa! Tenha vergonha por não lhe dizer que, afinal este, que parecia tão bom, não tem caráter e precisa de miúdos, como ela para atacar quem não tem culpa e que, afinal é um professoreco, apenas!

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    1. Cara professora, onde leu que todos os professores deformam a minha "criancinha"? No meu livro "O meu filho fez o quê???" escrevo várias vezes que os pais não devem nunca falar mal dos professores. A todas as escolas onde sou convidada para falar, amanhã estarei em Gaia a fazê-lo, repito que nunca devemos falar mal dos professores à frente dos filhos porque estamos a passar-lhes a mensagem errada, estamos a dizer-lhes que não confiamos na escola onde eles estão todos os dias. Digo-o a todos os DT's por quem os meus filhos já passaram. Isso não significa que todos os professores são bons profissionais ou boas pessoas. Isso não significa que todos os professores estejam na escola a trabalhar para que os alunos tenham espírito critico, a maior parte estão embrenhadas em extensos programas que tem de dar até ao fim. Os meus filhos são fruto da escola que temos? São e tenho de agradecer à escola por isso, mas repare também pago para que assim seja - todos os contribuintes pagam para ter um ensino de qualidade, dado pelos melhores profissionais. Mas não tenha dúvidas que são muito mais do que isso porque eu nunca esperei que a escola os educasse, mas sim que os ensinasse, e que o faça bem. É errado pensar que eu tenho de tirar a minha filha da escola, ela tem o direito de estar na escola, além de um direito é uma obrigação. Quem tem de sair são os maus profissionais. O sistema devia estar desenhado para que assim fosse, infelizmente, não está. Concordará comigo que os maus profissionais dão mau nome à educação além de prejudicarem centenas de alunos por ano. Fica-lhe mal insultar-me a mim, à minha "criancinha" e ao "professoreco". Não é bonito.

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    2. "Não há respeito pelos alunos que, pela tiveram um professor com "P" grande. O único a quem eles não faltam ao respeito. O único que os põe a pensar – ah, mas a disciplina também se presta a isso, é Filosofia... Bom, mas os meninos já tiveram antes Filosofia e só empinaram.
      O único que os contacta via email, com trabalhos, com partilhas, com incentivos, com sugestões.
      O único que os cativa, que lhes propõe tarefas diferentes, que lhes ralha com razão, que não os diminui, não os ridiculariza, não os atormenta – como a professora que lhes disse: "Façam o que façam nos exames, vão ter péssimas notas porque os professores estão muito desmotivados com este ministério."
      O único que é Professor."
      Reconhece-se nestas palavras? Ou foram escritas por uma entidade abstrata? Talvez um espírito vindo do Além! E olhe que foi apenas há uns dias! Anda desmemoriada? Tenho a certeza que estava assinado por BW. Será que não é a senhora?
      Segundo as suas palavras, esse professor foi o único, pelos vistos ao longo de toda a vida escolar da sua criança/adolescente, que foi PROFESSOR. Acha que deve deixá-la numa escola onde "a direcção encolhe os ombros e siga para bingo, que se lixem os miúdos", "a escola acha normal" que se cometam "atrocidades"e" - um dia tenho de ir ver as aulas do colega", diz a directora de turma quando confrontada com esse facto. Talvez tenha alguma coisa a aprender com o colega, continua, pouco convencida... Como se já tivesse aprendido tudo, como se nada mais houvesse para aprender, sem qualquer humildade que isso é para os das ciências sociais, os das exactas têm certezas absolutas, por exemplo, têm a certeza absoluta que as suas cadeiras são as mais importantes!"? Permita-me usar a expressão da sua filha "A escola é uma merda" e não me parece que os seus professores sejam melhores, porque "o único", o tal, o perfeito foi-se embora porque o outro "o professor que esteve de baixa um ano inteiro decide regressar. Tem de regressar, para continuar a ser docente naquela escola, tem de voltar porque a baixa terminou ou porque sim, não quero saber." É triste quando não queremos saber da vida dos outros, das doenças dos outros, das fraquezas dos outros, dos problemas dos outros, para apenas olharmos para o nosso umbigo e para aquilo que nos interessa ver.
      Volto a repetir, minha senhora, tenha vergonha do que escreve porque tem responsabilidades como mãe e como jornalista e não insulte uma ESCOLA, neste caso, DIREÇÃO + todo o seu corpo docente! E ainda bem que a sua filha foi das que ganhou sempre a maratona dos que chegavam mais depressa para ter carteira. Ou também já se esqueceu desse terrível disparate que escreveu há uns meses atrás? Faça-nos esse grande favor - tente descobrir para onde vai o Professor e leve-a para lá!
      E, já agora um conselho, aprenda a escrever corretamente o português, porque o acordo já é obrigatório!

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    3. Cara professora, começando pelo final: o AO não é obrigatório senão para os serviços públicos e órgãos oficiais. A senhora teve de adaptar-se ao AO, eu, até a lei dizer o contrário, continuo a escrever correctamente (com "c").
      O "terrível disparate" que escrevi há uns meses, mais uma vez, não é uma crítica à escola em particular, mas a um ministério que obrigou as escolas a ter mais alunos por turma, a uma tutela que não autorizou as direcções escolares a abrir mais turmas. Isto prejudica o ensino, o seu trabalho, professora. Mais alunos por turma, em meu entender, não é bom para ninguém, excepto para os cofres do Estado que, como disse a ministra da Economia, estão cheios. O facto é que há desemprego docente, há alunos a aprenderem menos bem, há professores que chegam ao fim do dia mais cansados porque estiveram a leccionar a turmas com mais de 30 alunos. E era isto o texto da sua referida "maratona".
      Quanto ao texto da polémica, nem percebo porque o replica... Já expliquei que não é um texto jornalístico, é um texto emocional. Já disse que a intenção não foi a de ofender toda a escola, mas de criticar um sistema cego. Mas compreendo que seja mais fácil ficar indignada com o mesmo, agarrando-se a cada palavra escrita, em vez de reflectir sobre a injustiça desta situação.
      É justo para o professor substituto que esteve um ano inteiro com quatro turmas? É justo para o professor que regressou que vai ter de avaliar alunos que não conhece? É justo para os alunos que perderam um professor competente? É justo para os pais que estão preocupados com esta situação e com a avaliação dos seus educandos? É justo para a direcção que tem de lidar com esta situação, tudo isto a duas semanas do término do ano lectivo? Mas creio que continuará presa ao facto de eu ter escrito que havia um "único" professor com "P" grande. Uma pena.

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    4. Uma correcção: a ministra é das Finanças e não da Economia. A primeira é Maria Luís Albuquerque, o segundo é António Pires de Lima. As minhas desculpas.

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    5. É uma pena ler um texto em que nem saber responder argumentar decentemente. Por via das dúvidas, eu dei-me ao trabalho de fazer transcrições das suas palavras. Claro que não falou do sistema, falou, sim, desta escola, desta Direção, destes professores, desta DT e do "único Professor" digno de tal nome. Tenha vergonha e, no mínimo, assuma o que ESCREVEU. Nós também assumimos! Eu sou professora há 40 anos, minha senhora, e tenho muito orgulho de estar nesta escola e de ser professora de ALUNOS com Pais dignos, que não se escudam na "emoção " para, no fundo, nos voltar a chamar estúpidos porque não entendemos o que escreveu. Tenha vergonha! Tenha vergonha de nos vir agora bajular, provavelmente com medo que prejudiquemos a sua menina, como disse numa das suas respostas. Disso, não tenha medo, porque somos todos PROFESSORES e sabemos muito bem distinguir e interpretar a revolta da miudagem e a manipulação dos adultos. Tenha vergonha de, mais uma vez, nos insultar! Tenha vergonha de não ter a coluna vertebral no sítio e bem direita!

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    6. Tenho de emendar o meu 1º parágrafo "É uma pena ler um texto em que nem sabe responder argumentando decentemente.

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  7. Eu se fosse o professor visado neste "post" (o que esteve de baixa médica) amanhã metia a autora deste post em tribunal para ver se os fala-barato deixam de insinuar que todas as baixas médicas são fraudulentas. Deve ser também isso que ensina aos meninos lá em casa. Pode ser que um dia quando tiver que pagar uma indemnização pelas parvoíces que diz, pense duas vezes antes de abrir a boca.

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    1. Não sei onde leu que "todas as baixas médicas são fraudulentas". Sabe como é que o professor justificou aos alunos o seu regresso à escola? Pergunte ao colega.
      Eu não ensino em minha casa, a escola é que deve ensinar. Eu educo. Mas revelo-lhe o que digo em casa sobre este tema: qualquer pessoa pode ter a infelicidade de ficar doente, isso não significa que tenha de ser castigado, que tenha de ser ostracizado. O Estado Social existe para todos: pobres, doentes, desempregados, inválidos, velhos. E é bom que tenhamos um Estado Social forte. É isto que digo em casa porque quero que os meus filhos sejam solidários, tolerantes, verdadeiros cidadãos.

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  8. Bárbara
    As suas sensatas respostas contradizem tudo o que escreveu no texto inicial. Esqueceu-se das " " ou achou que tinha graça achincalhar todos os docentes da escola à exceção do "único".
    Não achámos graça alguma!
    Por favor pense antes de escrever.
    Paula Lima

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    1. Cara professora, acredite que a intenção não foi a de "achincalhar" todos os docentes. Jamais foi essa a intenção. As minhas desculpas por isso. Conforme já respondi anteriormente o texto foi uma reacção emocional. Claro que este professor não é o "único"! Mal estariam estes alunos, os seus pais e a escola! Como já disse antes, a escola é boa, tem um bom corpo docente, não docente, em suma, é uma escola em que me orgulho de os meus filhos estarem. É a escola que quem me pergunta onde por os filhos (e há muita gente que me pergunta por causa dos livros que escrevi), eu digo que é a indicada (ainda esta semana, depois de todo este processo, aconselhei-a a uma colega que tem a filha na Padre). É a escola onde estão outros filhos de jornalistas e amigos.
      No entanto, este episódio merece a reflexão e preocupação da comunidade educativa e não só de alunos e pais. Estes não estão contra a escola, mas gostariam que esta questão tivesse um desfecho diferente.

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  9. A sua filha disse-lhe: "A escola é uma merda" referindo-se em concreto à escola onde anda e não à instituição educativa em geral. Então, que espécie de mãe é você para manter a sua filha numa escola que ela própria considera "uma merda", evidenciando uma clara falta de respeito pela escola? Aconselho-a vivamente a retirar a sua filha dessa escola e a colocá-la noutra que ela respeite, porque pela atual isso não acontece de todo.
    Relativamente ao que aconteceu com o professor substituto, você refere "E a escola acha normal", "A Direcção encolhe os ombros (...). Que espécie de jornalista é você para, sem qualquer pudor, pôr-se a falar do que não conhece minimamente? Por acaso conhece a realidade da escola para poder dizer o que afirmou?
    Reportando-se a uma conversa entre uma DT e o professor substituto, ocorrida em contexto escolar, refere: "(...) um dia tenho de ir ver as aulas do colega". Quer me fazer crer que isto foi a sua filha que lhe contou? Ora francamente! Por acaso também quer que nós acreditemos no Pai Natal?
    No seu lamentável texto refere-se ao professor substituto como "O único que os põe a pensar", "O único que os cativa", "O único que é Professor". Realmente! Que raio de escola é essa que só tinha um único Professor?! Agora nem isso, porque esse único professor teve de sair!
    E que raio de mãe é você para deixar a sua filha frequentar uma escola sem Professores, já que o único saiu??
    Apresse-se a tirar a sua filha dessa "escola de merda" que agora nem Professores tem!
    Já agora ganhe vergonha na cara e na próxima vez que decidir "escrever" tenha a decência de falar do que sabe!

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    1. Cara professora, também me questiono sobre "que espécie" (uso as suas palavras) de professora é a senhora. Note que não a trato por "você" mas por "professora" e "senhora". E, neste blogue, eu não sou uma "espécie de jornalista" sou uma "mãe". Não sei que disciplina lecciona, por isso explico-lhe que este não é um texto jornalístico. Se o fosse não era escrito desta forma, nem nesta plataforma. Se o fosse eu teria de fazer trabalho jornalístico, teria de falar com o professor em causa, com o colega que regressou da baixa, com a direcção, com os pais e com os alunos. E até com o Ministério da Educação, para questionar esta lei. A partir daí escrevia uma notícia, reportagem ou podia fazer uma entrevista. Preocupa-me que fale assim com os alunos, com os encarregados de educação e até com os seus colegas. A minha filha estava a falar do sistema. Das leis que não permitem que um docente termine o ano por duas semanas. Estamos a falar de um sistema cego, logo, injusto. Sei que os alunos e os pais se mobilizaram. Os pais da turma da minha filha fizeram uma proposta tendo por base a lei e não receberam qualquer resposta da direcção, embora tenham dito que o assunto era urgente. A direcção fez o que qualquer direcção faz: cumpriu a lei. O que os pais e os alunos esperavam é que fosse feito mais qualquer coisa.
      Como calcula, os alunos têm outros professores que respeitam, que reconhecem e de quem gostam. Ainda bem que é assim. Mas este era especial. Eles estão numa idade em que precisam de mais do que um docente que lhes dê bem a matéria, precisam de quem os cative com sonho, com perspectivas, com paixão - reviram-se e reconheceram-se neste docente. Estão no seu direito. E, nesse sentido, para eles, este professor era único.
      Preocupa-me a sua capacidade de interpretação quando acha que foi a minha filha que contou a história da DT e do docente - não foi, aconteceu numa reunião entre a DT e os encarregados de educação, em que eu estava presente.
      Preocupa-me que insista em tirar a minha filha da escola. Acaso é professora dela? Acaso está a pensar prejudicá-la de alguma forma? Por acaso a culpa de todo este processo é da minha filha ou minha? Peço-lhe que compreenda que a culpa não é da escola, em particular desta escola, mas do sistema. No meu caso, eu não estou contra a escola, estou contra a lei e tenho pena, como digo no final, que a escola, esta em concreto, não possa fazer mais, não tenha autonomia para fazer mais. É uma pena.

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