vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.
aquela casa tão grande com um quintal de galinhas
a morrerem ciclicamente. as malvas entristecidas
em canteiros já sem esperança. e em cada estrofe de
estar sentado perante a paisagem, o poema único e final.
as mulheres arrastam as tardes pelos versos, como
lembranças a arder em todas as noites da minha vida.
quem pode esquecer as tardes, se os ramos das laranjeiras
eram inesquecíveis? cada palavra possui um palmo desse
quintal infinito.
[...]
José Luís Peixoto
Sem comentários:
Enviar um comentário