sábado, 3 de julho de 2010

vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.

vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.
aquela casa tão grande com um quintal de galinhas
a morrerem ciclicamente. as malvas entristecidas
em canteiros já sem esperança. e em cada estrofe de
estar sentado perante a paisagem, o poema único e final.
as mulheres arrastam as tardes pelos versos, como
lembranças a arder em todas as noites da minha vida.
quem pode esquecer as tardes, se os ramos das laranjeiras
eram inesquecíveis? cada palavra possui um palmo desse
quintal infinito.

[...]

José Luís Peixoto

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