domingo, 16 de junho de 2013

Terrorismo na abertura da época dos exames

Ouvir o ministro da Educação na sexta-feira, depois das negociações com os sindicatos; ou ouvi-lo este domingo no Jornal da SIC é revoltante. Pede para que não haja "alarmismo" mas não dá qualquer informação que acalme as famílias.

Não dar uma resposta sobre o que é que se vai passar nas escolas onde os alunos não farão exames é terrorismo. Terrorismo para os alunos e para as famílias que não sabem o que vai acontecer - tão preocupado que Nuno Crato estava com os alunos serem joguetes nas mãos dos professores, afinal também o podem ser nas mãos do ministério.
Terrorismo é os alunos do privado terem garantida a exequibilidade do exame de Português e os do público não. Estarão em melhores condições para ingressar no ensino superior? Vão fazer com que as suas escolas fiquem bem na fotografia dos rankings ao contrário do ensino público (dando razão à tutela, na necessidade de intervir com mão de ferro)? Pelo menos, os alunos do privado não passaram pelo stress que os do público estão a passar: em véspera de exame não sabem se, amanhã, quando chegarem à escola, estará lá alguém para os chamar para as salas, para distribuir as provas, para as vigiar. As condições são iguais para todos? Não. Por teimosia do ministério.

Terrorismo é também o que a tutela pede aos directores e aos professores que façam amanhã - que tentem dar, a todo o custo, os exames aos alunos, nem que sejam os próprios directores a fazê-lo. É exequível? Provavelmente sim, mas provavelmente não.
Sei de professores que se preparavam para trabalhar amanhã mas com a exigência de estar todo o corpo docente presente na escola, o que se vai passar é que vão ser todos postos numa sala e, um a um, vai-lhes ser perguntado se vão fazer greve e, dizem eles, perante a pressão dos colegas vão dizer que sim, que vão aderir. Portanto, o tiro pode sair pela culatra ao ministério.

Há uns dias, diria (como disse no post anterior) que os professores iam perder a opinião pública. Neste momento não estou tão certa disso.
Este braço de ferro podia ter sido evitado? Sim, pelo ministério. Não sei quem diz verdade, mas se a Fenprof vai mesmo pedir as gravações das negociações e as vai divulgar para que se confirme que garantiram que não farão greve a nenhum outro exame, então o ministério perde em todas as frentes - como perdeu com a ideia da requisição civil, do tribunal arbitral e da oportunidade que teve em mudar esta data de exame. Teimosia terrorista.
BW

2 comentários:

  1. Não entendo esta parte: "mas com a exigência de estar todo o corpo docente presente na escola, o que se vai passar é que vão ser todos postos numa sala".
    A convocatória de todos os professores não obriga ninguém a ir à escola caso faça greve.

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  2. na escola destes professores, os que forem à escola serão reunidos numa sala, foi o que me relataram. BW

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