Ana Soares e Bárbara Wong |
A série tem crescido em volume e em visibilidade junto dos leitores de Norte a Sul do país - é o que nos tem mostrado a ida às escolas para conversar com os alunos, de Bragança a Odemira (o mais longe onde fomos de Norte a Sul!).
Estar dois fins-de-semana na Feira do Livro veio confirmar que, a pouco e pouco, temos vindo a conquistar público e que o nosso público é muito diferente de outros que observámos. São rapazes e raparigas com uma cultura acima da média; alguns nem sequer gostam muito de ler, dizem os pais, mas devoram os nossos livros - "em dois dias!", confirmou um leitor, um pouco envergonhado, mas orgulhoso pelo feito. São rapazes e raparigas que querem mais do que a aventura, pela aventura - querem o conhecimento que vem associado.
É engraçado perceber que não são apenas os alunos das escolas por onde já passámos que nos lêem, mas que são de todas as escolas, públicas e privadas! "Olha este é aquele livro que o x apresentou na aula!", diz uma rapariga a outra. Os nossos livros são trabalhados em aula.
É divertido acenar a rapazes e raparigas que passam porque me reconhecem da ida à escola! Há outros que perguntam, para confirmar, se ainda me lembro deles.
Há de tudo, os mais afoitos e decididos que sobem ao palanque e nos pedem um autógrafo; aos mais tímidos que são empurrados pelos pais e nos dizem, entredentes, que gostam muito ou que perguntam quando sai o próximo.
Há até adultos que os compram para si ("estranho", penso, enquanto penso numa dedicatória mais adequada a gente grande), mas que os vão emprestar aos mais pequenos!
Tenho pena dos que namoram os livros, mas são ignorados pelos pais, que passam sem conseguir ler os pensamentos dos filhos - como um menino que lê todas as contracapas, chama o pai, mostra-lhe a personagem com a qual se identifica e o pai segue, ignorando aquele pedido. Tenho pena dos que os folheiam e ouvem da mãe "tu não gostas disso, pois não?" e largam o livro com um rosto triste. Apetece ir atrás deles e dar-lhes o livro, mas não pode ser.
Não tivemos filas até aos Restauradores. Não tivemos filas. Mas tivemos muitos leitores interessados em conversar connosco, em dar-nos ânimo e força para continuarmos. Obrigada a todos!
BW
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