sábado, 4 de agosto de 2012

As metas - versão 2

Ainda não analisei com o cuidado suficiente a nova versão das metas, nomeadamente as referentes à disciplina de Português. No entanto, sinto já a desilusão ao perceber que este período de discussão não passou de um engano. Muitas das sugestões e observações feitas caíram em saco roto. 
Das mesmas destaco a existência de um corpus obrigatório de leituras, por exemplo no 2º ciclo, que contraria a proposta dos programas, esta última mais aberta e adequada à diversidade da realidade das nossas escolas. Para não falar do número ou do pouco interesse que alguns títulos poderão suscitar nos alunos, sublinho que se trata de uma lista com títulos que não estão no mercado. Por exemplo, há um ano e meio que tento adquirir Os Piratas, de Manuel António Pina, e esta é uma das obras mais recentes da lista...
Não teria sido também de valorizar o facto de os manuais escolares, adotados recentemente pelas famílias portuguesas com a expectativa de um período de vigência de seis anos, não contemplarem a maioria das leituras agora dadas como obrigatórias, sendo que, nos casos que estas são contempladas, as mesmas não surgirem nos anos previstos pelas metas?

Por outro lado, confrange-me ainda o facto de encontrar nas metas uma linguagem que não é a dos programas. Não vou dizer qual prefiro, está mais certa, é mais atual. Mas vou dizer que as metas e os programas escolares, recém-chegados às escolas, pagos pelos contribuintes, deviam usar a mesma linguagem, partir dos mesmos pressupostos. 
As metas apresentam uma nomenclatura que diverge da de outros documentos emanados do mesmo Ministério da Educação (por exemplo, quatro/cinco domínios em lugar das cinco competências; Gramática em "alternativa" a Conhecimento Explícito da Língua). Fará isto algum sentido?

Às vezes, é uma desilusão ser professora em Portugal. Valem-nos os alunos e a paixão por esta profissão.

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