quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Olimpvs.net nas escolas

14 de Dezembro de 2012
Olimpvs.net no Colégio Miramar, em Santo Isidoro, Ericeira
Chove e o vento assobia com força. Os alunos do 5.º ao secundário entram ordenadamente na sala de aula onde muitos se sentam no chão. A porta tem de ficar aberta pois as janelas não se podem abrir devido ao mau tempo que faz lá fora. Somos muitos dentro da sala. Passa um pequeno filme preparado pelos professores Anabela Lopes, Denise Tomás e Marco Briosa. Apresento a colecção.
Perguntas? Não demoram a arrancar. As primeiras foram preparadas pelos alunos que pertencem ao Clube de Media e são lidas. As seguintes são espontâneas e feitas por todos, mesmo pelos que estão na fila de trás, os mais velhos, os que parece que terão prestado menos atenção à apresentação.
"Quando é que descobriu que gostava de escrever? Como é que tiveram a ideia? É fácil escrever com outra pessoa? Que livros gosta de ler? Gosta mais de Saint-Exupéry, Mia Couto ou...? O que diferencia Ana Soares e Bárbara Wong da Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada?..." Cada vez mais difícil! "Qual é a pergunta que não gosta que lhe façam?"... E lá vou abrindo a alma àqueles alunos calados e atentos ao que vou dizendo.
É preciso terminar, avisa a professora Anabela Lopes. Os meninos batem palmas enquanto a docente me oferece um ramo de flores, alguns demoram-se a sair, ainda têm uma pergunta ou uma confissão para fazer. "Eu gostava de ser jornalista, mas se calhar vou ser médico", "Este Natal não vou ter prendas... a minha prenda vai ser o meu mano, que vai nascer!" Há ainda alguns livros para assinar.


16 de Janeiro de 2013
Olimpvs.net na Escola com 3.º ciclo e secundário de Caneças
Chuvisca. A escola é nova e o Olimpvs.net vai inaugurar o auditório com as quatro turmas do 7.º ano. No corredor de acesso a excitação é grande. Os alunos entram. Alguns mais irrequietos, com aquele ar de desafio nos olhos e no corpo que se esparrama nas cadeiras, pernas abertas, roupa desleixada. Outros sentam-se na pontinha das cadeiras novas, com a curiosidade no rosto.
Começo a apresentação. Termino a apresentação. "Já?!?", murmuram. "Perguntas?" Demoram a arrancar, até que começam. "Porque é que os heróis são duas raparigas e três rapazes e não há mais raparigas? Já pensaram introduzir mais heróis com poderes ou são só esses cinco? As duas raparigas são iguais a si e à Ana Soares? Onde é que foram impressos os vossos livros, o meu pai trabalha na Printer Portuguesa! [Coincidência, são impressos na Printer, deixando a aluna muito orgulhosa] Não querem fazer uma aventura na nossa escola? Porque é que não fazem O Túmulo Perdido II, podiam usar a lenda do espelho de Pandora... [Não conheço essa lenda, confesso. Então é aquela em que as pessoas se vêem ao espelho e as boas ficam más!] Quantas canetas gastou a escrever? [Não uso caneta, escrevo no computador, respondo. "Está mal, devia ser com caneta!", responde o rapaz indignado] É famosa? Não. Mas dá autógrafos? Sim Pode contar-nos um bocadinho de uma das histórias, pode ler?"
Sou apanhada desprevenida com o pedido. Leio duas páginas. A centena de rapazes e raparigas que se encontram à minha frente está em silêncio absoluto. Só ouço a minha voz. Quando termino, aplaudem. Fico sem saber o que fazer e sorrio. Os mais espertalhões abusam do aplauso, batem as palmas mais alto, mais intensamente, prolongando o momento.
É hora de acabar. As professoras dão-lhes os parabéns por se terem portado tão bem, confessam depois que nem sempre se comportam assim mas têm orgulho da "fornada deste ano". Sem dúvida, não envergonharam a escola, nem os pais. Estão todos de parabéns. Alguns ficam para trás, para uma sessão de autógrafos em folhas de papel. Uma das meninas segreda-me uma sugestão para um dilema que coloquei. "Excelente ideia, muito obrigada!"

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